Tuesday, July 1, 2008

O swing e outras sacanagens...


Fui no Metropolitan semana passada mas paguei um puta mico: entrei 30 minutos antes de fechar... Saco, tinha ido para desenhar um pouco, pretendia passar horas. Mas sem problemas, tenho tempo para voltar e fazer isso de novo, várias vezes.

Mas mesmo antes de eu saber que era hora de fechar, instintivamente entrei na parte que mais me interessa neste momentos: a de desenhos e gravuras.

Muita coisa interessante, claro, mas eu vou falar só de um agora: Jean-Honoré Fragonard. Tem lá esta gravura acima. Mas antes um parênteses...

Pra quem não liga o nome a pessoa, Jean-Honoré Fragonard é um pintor e gravador francês do final do rococó (leia-se final do século XVIII, começo do XIX). É famoso pelo seu "hedonismo" – para não falar libertinagem. Uma das suas obras mais famosas é o "Swing", onde, num ambiente tomado de segundas intenções e mensagens subliminares (NUMAS, né?), uma jovem brinca num balanço com dois outros rapazes... Vale a pena ver, quem não conhece ou não lembra. É de rir de tão entupido de imagens com segundas intenções – com todo o respeito também, o cara é um mestre! É que hoje em dia qualquer um decifra o que ele queria dizer com aquilo tudo, mas para a época era arrojadíssimo! Mas eu acho mesmo o quadro incrível, em termos de composição e tudo mais. Mas não deixa de ser engraçado!...

Agora depois de situar, vamos voltar à gravura acima. Ela se chama "L'Armoire" ou para os íntimos, "O Armário". Dá claramente pra entender o porquê. Retrata o exato momento do flagrante que o pai e a mãe da garota dão no marmanjo escondido no armário! E pior, dá pra perceber que tudo acaba de acontecer (ou mesmo foi interrompido) pois a cama está desarrumada e... espere, o que segura o chapéu dele? qual das mãos? Não é nenhuma das mãos? No way!? É, minha gente, o cara fez isso mesmo. Ele botou o cara de barraca armada na gravura usando a arma do crime como mancebo... é de um grau de descaramento tão grande que parece uma charge – mas mesmo na época, era. Mas o que me faz ver tanta graça é o fato do ambiente e estética toda ser tão rococó, a teatralidade toda: a vergonha da garota, o pai com o sarrafo na mão numa pose tensa, o cachorro latindo, a sogra furiosa – se liga no movimento do vestido dela, como se tivesse uma tempestade só sobre ela – e oh, cara de dedo-duro que ela tem! E gente, o que esse galho faz em cima do armário?? Tá, deve ser lenha pra aquecer o quarto, mas jura que não tinha nenhum lugar melhor?

Mas o cara também é lasca, po, nem tirou a roupa! Mas também, né? Pra botar o tanto de roupa que ele ta usando de novo, nunca ia conseguir sair ileso daí... Torço pra que ele não tenha tido que casar com a moça, porque essa sogra ae, pensa bem?? No almoço de domingo???

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